segunda-feira, 18 de março de 2013


As Pastorais da Juventude 306. No final da década de setenta, começam a ser organizadas as pastorais da juventude (Pastoral da Juventude Rural, Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude do Meio Popular, Pastoral da Juventude Estudantil). Apesar da identidade comum e de algu- mas opções fundamentais, as quatro pastorais da juventude têm suas particularidades, possuem diferenciação em seus objetivos de missão, no campo de trabalho, na estrutura organizativa, no acompanhamento e nos critérios de escolha de seus líderes.136 Estão histórica e intrinsicamente inseridas na dinâmica eclesial, contribuem para a missão e assumem aquilo que a Igreja do Brasil acredita, defende e promove com relação à evangelização da juventude e à construção do Reino. Acolhem as Diretrizes Ge- rais da Igreja (nacional, regional, diocesana) e as orientações do órgão responsável pela evangelização dos jovens nas instâncias
136  Cf. CNBB, Estudos 76, p. 165.
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em que se encontram. As pastorais da juventude, com milhares de grupos espalhados em todas as Dioceses do país, estão estru- turadas nos diversos níveis de Igreja: paróquia, diocese, regio- nal, nacional e, em nível nacional, estão sob a responsabilidade da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude. Oferecem pro- posta de formação integral, orientam e ajudam os jovens em seu processo de educação na fé, em vista do amadurecimento como discípulos missionários nos âmbitos pessoal, eclesial e social; priorizam a pedagogia e a capacitação de grupos juvenis.
A ação evangelizadora da Igreja no meio universitário 307. Nesse processo de busca de diálogo com os jovens e de preo- cupação da Igreja em acompanhá-los nas diferentes etapas de crescimento humano e espiritual, foi criado, em 2007, o Setor Universidades, dentro da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação e a Cultura, que dedica parte de sua ação pastoral ao cuidado da juventude em sua formação integral, escolar, acadê- mica e profissional. “Tarefa de grande importância é a formação de pensadores e pessoas que estejam nos níveis de decisão, evangelizan- do, com especial atenção e empenho, os “novos areópagos”. Um dos primeiros areópagos é o mundo universitário”.137 308. Cientes dos novos desafios que a Universidade oferece aos jovens, como o saudável confronto intelectual com a busca de sentido e de convicção mais forte na fé, a CNBB reafirmou ainda a necessi- dade de uma consistente presença pastoral no meio universitário. 309. Nesse espírito, o Setor Universidades é um espaço de diálogo e de articulação das diversas iniciativas de evangelização que existem no meio universitário: movimentos eclesiais, pastorais das Universidades Católicas, pastorais diocesanas, paróquias e capelanias universitárias, que caminham juntas no empenho de anunciar a Boa-Nova nesse meio, fortalecendo, assim, o prota- gonismo dos jovens universitários.
137  CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja 2011 - 2015, n. 117.
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310. Toda ação evangelizadora na Universidade se empenha e aposta no desenvolvimento humano e social dos alunos, dos professo- res, dos funcionários e da comunidade, contribuindo para a for- mação ética e solidária de profissionais competentes, humana e cientificamente. “Quanto mais nos empenharmos em conscientizar e capacitar nossos leigos a partir de sua própria profissão, no empenho do diálogo fé e razão, estaremos animando sua vocação no mundo e, consequentemente, auxiliando na melhoria da sociedade”.138 311. Toda atividade pastoral atua em comunhão efetiva com os de- mais projetos da própria universidade (ensino, pesquisa e ex- tensão), articulando pessoas, instituição e sociedade, visando à construção de um mundo mais justo e mais humano.
Os movimentos eclesiais e as novas comunidades 312. O Documento de Aparecida, em comunhão com a Igreja Uni- versal, reconheceu os novos movimentos e comunidades como um dom do Espírito Santo para a Igreja.139 Eles são verdadeiros espaços de formação cristã, pois os fiéis, exercendo o direito natural e batismal de livre associação, encontram a possibilida- de de se formar cristãmente, de crescer e de comprometer-se apostolicamente até ser verdadeiros discípulos missionários. Muitos jovens têm acesso à mensagem do Evangelho por meio desses movimentos e dessas novas comunidades. Eles desper- tam no coração dos jovens um renovado ardor e amor à Palavra de Deus, à Igreja, à Eucaristia e a Nossa Senhora. 313. Os pastores devem cuidar para que esses movimentos e essas novas comunidades encontrem seu espaço na comunidade pa- roquial e diocesana e aí se desenvolvam, em espírito de comu- nhão e de participação. Que eles sejam incentivados a “renovar constantemente seu carisma original, que não deixa de enriquecer a diversidade com que o Espírito se manifesta e atua no povo cristão”.140
138  Cf. CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja 2011 - 2015, n. 117. 139  Cf. CELAM, Documento de Aparecida, nn. 311; 312 e 313. 140  CELAM, Documento de Aparecida, n. 311.
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As comunidades rurais, indígenas e quilombolas 314. Atualmente, as experiências pastorais com os jovens são mais voltadas para a realidade urbana. No entanto, a diversidade cultural e social reclama de nossa prática pedagógico-pastoral maior atenção às realidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e rurais. É preciso integrar a realidade desses jovens, com suas particularidades, às nossas reflexões e ações. A identidade das culturas dessas populações tradicionais nos enriquecerá por meio de um intercâmbio missionário.
O ecumenismo e o diálogo inter-religioso 315. O Diretório Nacional de Catequese fala de “culturas pós-cris- tãs”, tendo em vista o pluralismo religioso, que pôs fim à he- gemonia do modelo da cristandade.141 Hoje, a Igreja vive novos caminhos! A partir do Concílio Vaticano II, proclamou-se o direi- to à liberdade religiosa142 e, a partir dele, instaurou-se um cami- nho que vai do diálogo da caridade ao diálogo da comunhão. 316. O pluralismo religioso suscita desafios à ação evangelizadora, impondo a necessidade de uma maior abertura e compreensão do fenômeno religioso. Portanto, o diálogo num contexto de pluralismo religioso significa constituir relações inter-religiosas positivas e construtivas, com pessoas e com comunidades de outros credos, para um conhecimento mútuo e um recíproco enriquecimento na obediência à verdade e no respeito à liber- dade. Devido ao fato de o diálogo incluir também o testemunho e a descoberta das respectivas convicções religiosas, ele é, tam- bém, um dos elementos integrantes da missão evangelizadora da Igreja.143 317. Diante disso, nas escolas católicas e cristãs – respeitando evi- dentemente seu caráter confessional –, nas ações pastorais, nos
141  Cf. CNBB, Diretório Nacional de Catequese, n. 91. 142  CONCILIO VATICANO II, Decreto Nostra Aetate, n. 2. 143  Cf. PONTIFICIO CONSELHO PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO, Diálogo e Anúncio, n. 9.
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grupos de jovens, devemos suscitar o envolvimento em ações ampliadas que estabeleçam uma comunicação maior, baseada no respeito e na fraternidade universal, com as diversas comu- nidades religiosas e com os setores da sociedade que estão bem distantes do universo da fé cristã.