quinta-feira, 15 de agosto de 2013

“A missa não é um show e
o padre não é um animador
de auditório a modo de
Sílvio Santos, Faustão
ou Gugu Liberato.”


O que significa a Eucaristia?
A melhor definição de Eucaristia é – a
meu ver – “memorial da Páscoa do Senhor”.
Quando, na última ceia, Jesus instituiu a
Eucaristia, concluiu as palavras da instituição
dizendo: “Fazei isto em meu memorial”
(ou “em memória de mim” – o que vem a
dar no mesmo). Ora, a última ceia, segundo
narram os evangelhos sinóticos (Marcos,
Mateus e Lucas), foi uma ceia pascal, em
que o povo judeu fazia o memorial de sua
libertação do Egito, comendo ritualmente
um cordeiro imolado, o cordeiro pascal.
Cristo foi apresentado por João Batista como
o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo” (Jo 1,29). Ele é o verdadeiro Cordeiro
pascal. A libertação dos judeus do Egito
consistiu na passagem do Mar Vermelho.
Passaram da escravidão à liberdade e assim
se constituíram como povo, o povo de Deus.
Assim também a Páscoa de Jesus consistiu
na passagem da morte à vida, aquele que
fora crucificado ressuscitou. Quando celebramos
a Eucaristia, fazemos
o memorial dessa
Páscoa, ou seja, dessa
passagem do Senhor, da
morte à vida. “Memorial”
não é meramente uma
recordação nostálgica; é
uma celebração que nos
faz participar (não fisicamente,
mas sacramentalmente,
e assim realmente)
do mistério celebrado, ou seja, do mistério
pascal de Cristo. Com Cristo passamos
da morte à vida e nos constituímos como o
Corpo de Cristo que é a Igreja.

O que é transubstanciação e por
que ainda hoje ela causa tantos
questionamentos?
Transubstanciação é a mudança de toda a
substância do pão e toda a substância do vinho
na substância do corpo e do sangue de Jesus.
Essa é a definição correta, mas é demasiado
técnica. Hoje não se consegue mais entender
seu significado, já que a própria palavra-chave
“substância” tem na atualidade outra significação
do que outrora, no século XII, quando essa
palavra foi criada, ou no século XVI, quando o
Concílio de Trento a considerou sumamente
apta para expressar o mistério eucarístico.
Hoje, como vivemos influenciados pelas ciências
exatas, a palavra “substância” evoca, por
exemplo, uma substância química. Ora, uma
substância química é uma coisa que tem cheiro,
cor, forma, tamanho etc. Pois bem. “Substância”,
no sentido usado na palavra “transubstanciação”,
é exatamente o contrário disso.
Nesse sentido, “substância” se contrapõe a
“acidente”, e tudo aquilo que foi antes mencionado
(cheiro, cor, forma, tamanho) são acidentes!
E os acidentes são justamente o que não
muda na transubstanciação. O pão e o vinho
consagrados (seria melhor chamá-los de “eucaristizados”,
isto é, sobre os quais foi pronunciada
a oração de ação de graças, a Eucaristia)
continuam a ter o mesmo cheiro, a mesma cor,
o mesmo peso, enfim, as mesmas características
físico-químicas. Então o que mudou? Mudou a realidade última do pão e do vinho que,
embora do ponto de vista físico-químico continuem
a ser o que chamamos pão e vinho, do
ponto de vista metafísico já não o são; agora
são corpo e sangue de Cristo. No momento em
que o pão eucaristizado deixa de ser pão (por
exemplo, fica bolorento), já não é mais o corpo
de Cristo; no momento em que o vinho eucaristizado
deixa de ser vinho (por exemplo, azeda),
já não é mais o sangue de Cristo.


“A missa não é hora de
adoração do Santíssimo
Sacramento. Portanto é
completamente fora de lugar
pôr a hóstia num ostensório
e percorrer a Igreja”.


“É muito importante que
se saiba que a forma como,
até o séc. IX, se recebia
a comunhão era na mão.
Portanto, não se trata de
coisa moderninha, como

alguns imaginam.”

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